DÉBORA AMARAL
Na série Relações, a linha surge de cordões de cerâmica. A cerâmica é elemento conectado com a natureza e de produções ancestrais, rege o território poético visto como matéria metafórica. As cores terrosas e outras vindas de minerais naturais, assim como as formas arquetípicas, evocam narrativas visuais. As instalações instigam o pensamento relacionado às origens, etnias, miscigenação e suas ressonâncias. Nos trabalhos Tramas e Deixe ir!, a narrativa poética enaltecida é a convivência humana.

“...para nossas raízes folclóricas. Para a trama delicada das rendas e dos crochês das mulheres de mãos calejadas e colos curvos, que amarram dores, alegrias e segredos em laços minúsculos, que pouco a pouco ganham forma, volume e cores. Débora transporta a beleza rara do nosso artesanato de fios para a argila, em peças e instalações que, apesar do peso do barro, flutuam. É um barro que dança, que baila. Que se alonga no espaço e se esquece que um dia foi chão. Filamentos sutis de argila que se entrelaçam, se encontram e se afastam, num movimento orgânico, incansável e infinito. A terra se entrega inteira ao toque de suas mãos umedecidas, ao sopro do vento e ao calor do fogo, porque sabe que renascerá poema. Uma poesia solar.”
Taís Pileggi Vinha Escritora e publicitária

18, 19 e 20 de novembro de 2021.

“A obra “Tramas”, feita em cerâmica (45 x 45 x 5cm), da Série “Relações”, propicia um pensar sobre como não existe um isolamento total do ser humano. Por mais misantropa que uma pessoa seja, há a necessidade de um relacionamento mínimo. Trata-se de um processo agradável, para alguns, e não tanto, para outros; mas o fato é que a nossa existência, de certa forma, é balizada pela presença daqueles que nos cercam. Somos o que acreditamos ser, mas, em grande parte, o que acreditam que somos. Assim, são criados elos e relações que constituem as tramas da jornada vivencial de cada indivíduo.”
Oscar D'Ambrosio
Crítico e curador de Arte
(https://www.instagram.com/p/CWk7EoiL-mh/)


